Falando sobre Ansiedade e Depressão
- Pedro Pontes
- 14 de ago. de 2024
- 5 min de leitura

Entendendo a Ansiedade e a Depressão
Esses estados emocionais são reações naturais a circunstâncias da vida, estresses, perdas e desafios. No entanto, quando essas emoções se tornam persistentes, podem impactar significativamente nossa qualidade de vida. A terapia pode ajudar a explorar as causas profundas dessas reações emocionais, crises ou transtornos, dependendo da gravidade, permitindo que os indivíduos entendam melhor a si mesmos e desenvolva formas autênticas de lidar com suas dificuldades e personalidade.
Aqui estão alguns pontos importantes sobre isso:
1. Funcionalidade da Ansiedade: A ansiedade, em sua forma leve a moderada, pode servir como um mecanismo de defesa, alertando o indivíduo sobre possíveis perigos ou desafios. Ela pode motivar as pessoas a se prepararem para situações difíceis, por exemplo, um exame ou uma apresentação.
2. Funcionalidade da Depressão: Da mesma maneira, pode servir como um sinal de alerta. Pode indicar que houve uma perda, uma mudança significativa ou que as necessidades emocionais e psicológicas não estão sendo atendidas. Essa sensação de mal-estar pode motivar a pessoa a refletir sobre sua vida e fazer mudanças necessárias.
3. Experiência Comum: A maioria das pessoas experimentam sentimentos de ansiedade ou tristeza em resposta a eventos estressantes ou melancólicos, como perdas, mudanças na vida, estados de confusão mental ou pressões sociais. Esses sentimentos geralmente são temporários e podem ser gerenciados ao longo do tempo. Se prolongados, indica necessidade de cuidado profissional de saúde mental.
4. Variabilidade das Experiências: Embora todos sintam algum nível de ansiedade ou depressão, a intensidade e a duração desses sentimentos podem variar significativamente entre as pessoas. Fatores como histórico familiar, genética, ambiente, experiências de vida, personalidade e resiliência pessoal desempenham papéis importantes.
5. Mecanismos de Coping: O modo como cada pessoa lida com a ansiedade e a depressão também varia. Algumas pessoas podem desenvolver estratégias saudáveis para enfrentar esses sentimentos, enquanto outras podem lutar contra eles e, em alguns casos, isso pode levar a um quadro mais clínico de crises e transtornos de ansiedade ou depressão.
VAMOS EXEMPLIFICAR COM CASOS FICTÍCIOS:
Clara, 35 anos – Um Caso de Ansiedade
Sintomas:
Físicos: Aumento da frequência cardíaca, sudorese excessiva, falta de ar e tensão muscular.
Cognitivos: Pensamentos acelerados e a sensação de que nunca conseguiria concluir suas tarefas.
Emocionais: Um constante estado de apreensão, medo de que algo ruim possa acontecer, dificuldade em relaxar, dificuldade para dormir e um sentimento 'irracional' de incompetência.
Comportamentais: Evitava reuniões sociais, evitava falar em reuniões profissionais e não consegue concluir tarefas iniciadas, o que só aumenta o seu sofrimento.
História fictícia: Nos últimos meses, Clara começou a sentir uma crescente ansiedade ao enfrentar situações sociais e profissionais. Essa ansiedade a impedia de concluir tarefas importantes. Clara começou a perceber que constantemente ficava angustiada, nos finais de semana se sentia entristecida, pois uma nova semana se iniciaria, percebeu prejuízos em sua vida social e amorosa com um grau de confusão emocional e perda de sentido.
Possível explicação para a história de Clara: Em suas experiências de infância Clara se sentia frequentemente ignorada em detrimento de seus irmãos mais velhos (que eram mais extrovertidos), além de ser afetada pela superproteção exagerada de seus pais. Clara viveu por anos sob um ambiente de comparação constante levando-a a sentimentos de inadequação, a reprimir suas emoções e a desenvolver padrões de comportamentos disfuncionais. Esse contexto também contribuiu para suas dificuldades nos relacionamentos, ansiedade de desempenho e formação de um superego crítico (uma parte do 'eu' excessivamente rígido e punitivo).
Patrik – Um Caso de Depressão
Idade: 29 anos
Sintomas:
Físicos: Fadiga constante, alterações no sono (dormindo em excesso ou tendo insônia), perda de apetite e falta de cuidados básicos. É comum ocorrer a perda da libido (diminuição significativa de interesse sexual).
Cognitivos: Dificuldade de concentração, pensamentos negativos persistentes e sentimentos de inutilidade.
Emocionais: Desânimo, tristeza profunda e apatia generalizada, com a sensação de que não há alegria em nada.
Comportamentais: Isolamento social, evita amigos e atividades que costumava gostar e/ou praticar.
Padrão comportamental: Não raro, exibem um comportamento normal ou até mesmo alegre em público, como se nada de errado estivesse acontecendo, ocultando seus sentimentos reais.
História:Patrik havia enfrentado uma série de perdas nos últimos anos, incluindo a morte de um amigo próximo e o término de um relacionamento significativo. Esses eventos deixaram Patrik desmotivado e sem esperança. Experiências traumáticas, somadas a sua propensão genética, segundo o seu histórico familiar, impactaram profundamente sua visão a respeito da vida e seu conceito de identidade. Ele se viu preso em um ciclo de vazio e desespero, acreditando que nunca conseguiria superar sua dor e essa situação.
Possível explicação para a história de Patrik: Para Patrik desenvolver um quadro atenuado de depressão, diversas experiências na infância poderiam ter contribuído, como um ambiente familiar instável, caracterizado por conflitos ou negligência, perdas precoces, traumas não resolvidos, ou então expectativas familiares excessivas, experiências de bullying na escola, além de sua predisposição genética. Talvez a falta de modelos saudáveis de resolução de conflitos em sua vida poderia ter dificultado a construção de habilidades eficazes. Todos esses fatores podem ter amplificado sua desmotivação e sensação de desespero, agora na vida adulta.
Intervenções práticas para ambas as queixas:
Percepção Emocional: Tome nota do que causa ansiedade e tristeza. Isso ajuda a identificar padrões e gatilhos.
Externalize: Existem algumas formas de aliviar a angústia - 1° Conte para alguém o que está acontecendo; 2° Não consegue falar? Escreva! e entregue para alguém de confiança, 3° Não tem alguém de confiança no momento? Ligue 133 com seu celular (CVV - Centro de Valorização da Vida), o atendimento é gratuito; 4° Você precisa contar com acolhimento e apoio profissional regular, tenha um(a) Terapeuta.
Técnicas de Respiração / atividade física / alimentação saudável: Pratique exercícios de respiração profunda para acalmar a mente e reduzir a ansiedade. Pratique atividade física para aliviar as tensões e o estresse, além de outros benefícios. Alimente-se melhor, fortaleça o sistema imunológico, diminua o déficit de vitaminas e minerais, evite complicações de saúde física e mental.
Psicoterapia: Um acompanhamento psicológico é fundamental, pois oferece um espaço seguro para explorar emoções e desejos sem julgamento e com confidencialidade contribuindo para o autoconhecimento. Ajuda o paciente a compreender padrões de pensamento e comportamento, e a desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis. Obtenha apoio/suporte emocional e psicológico regular.
CONCLUINDO:
A utilização das histórias acima serve para ilustrar e nos ajuda compreender um pouco melhor sobre a ansiedade e depressão, e revela que a infância e a história de vida das pessoas são essenciais para a psicoterapia, pois fornecem uma visão das motivações ocultas e dos processos subjacentes que afetam o comportamento e a saúde mental dos indivíduos. Trabalhar com esses aspectos somados ao contexto atual pode promover a mudança necessária para favorecer uma melhor qualidade de vida, incluindo autocompreensão, autoconhecimento e autonomia.
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